Fundamentação Teórica

A língua inglesa assumiu o papel de língua da comunicação há algum tempo por motivos históricos, ideológicos e coloniais. Hoje em dia, a língua inglesa serve como meio de comunicação em todas as partes do mundo, o que implica na utilização de um idioma que transcende uma única cultura.

Portanto, o uso da Lingua Inglesa está vinculado e determinado pelo objetivo de comunicação e o contexto local, e assim,  seus falantes se adaptam às necessidades e peculiaridades de se comunicar com falantes de outras culturas. Estes falantes, ao utilizarem a LI, lidam com as suas respectivas culturas e com a cultura dos seus destinatários, e este fenômeno deve ser ressaltado no ensino de inglês, pois apresenta o desafio de falar um idioma que possui a questão do uso franco da língua. Anne Ife (2007) pontua que:


“Falantes interculturais existem há tanto tempo quanto existem diversidades

linguísticas e culturais. A diferença agora é a escala e a visibilidade de

comunicação entrelinguística e entrecultural no mundo moderno. [...] Cada vez mais envolvem-se falantes de inglês como língua franca (ILF), onde

ambas as partes usam uma linguagem adaptada para as propostas de uma

comunicação mais ampla.” (IFE, 2007, p.79).


Consequentemente, o uso intercultural do inglês está alcançando sua devida visibilidade, uma vez que se faz presente em grande parte da comunicação que ocorre em língua inglesa, levando em consideração a presença do idioma em diversos segmentos institucionais, empresariais e no ramo de entretenimento ao redor do mundo. Nesta seara, o uso de inglês como língua franca faz possível a comunicação entre falantes que pertencem às realidades culturais diferentes, onde o foco é atingir o objetivo principal que é a inteligibilidade.

Pelos fatores supracitados, torna-se cada vez mais importante ressaltar a necessidade de um ensino pautado na comunicação intercultural e entre culturas, uma vez que os alunos-aprendizes de inglês irão se deparar em situações de comunicação nas quais eles devem entender as diferenças culturais e suas devidas intervenções no processo de comunicação. Ao munir os alunos com consciência cultural, estaremos no caminho de viabilizar comunicações mais amistosas entre as culturas dos falantes da língua inglesa.

Ao mesmo tempo, é de fundamental importância tornar os alunos capazes de estabelecer uma comunicação que faça sentido. Richards (2006) explica que, enquanto é importante que haja a capacidade gramatical, ou seja, a capacidade de produzir frases em uma língua, de nada adianta o aluno usar a língua sem promover uma comunicação que faça sentido. Assim, para Richards, o termo communicative competence compreende, entre outros sentidos, saber como usar a língua para uma variedade de diferentes objetivos e funções, o que faz sentido quando se analisa a necessidade de desenvoltura de um viajante em comunicar-se com a língua inglesa. Communicative Competence envolve também saber como se comunicar mesmo que haja limitações de linguagem. O viajante pode, assim, comunicar-se usando diferentes tipos de estratégias de comunicação.

     Neste contexto, insere-se o objetivo de promover uma experiência que vá além da aquisição da competência linguística, buscamos fomentar visão crítica e conscientização cultural. Nossa escolha por usar "podcasts" como meio de aquisição da língua Inglesa não somente leva em conta o fato de se tratar de uma mídia engajadora e amplamente utilizada.  Busca-se estimular o desenvolvimento da autonomia através de diálogos relevantes e significativos. Como apresentado por Douglas Brown (2000) ao discorrer sobre a relação entre língua e cultura:

 

“Sempre que ensinamos uma língua, também ensinamos um sistema complexo de costumes e valores culturais associados a formas de pensar, sentir e agir.” (BROWN, pg 64, tradução nossa)


      Desta forma, o "podcast” não se torna meramente um meio para se adquirir a língua em si, mas um  motivante e engajador aliado digital,  para se aprender uma cultura através de seus aspectos linguísticos e sua dinâmica de entender, explicar e enxergar o mundo.



REFERÊNCIAS:


AGAR, M. Language shock. 1. ed. Nova York: Perennial, 2002.

Brown, H. D. (2001). Teaching by principles: An interactive approach to language pedagogy.

IFE, A. A Role for English as Lingua Franca in the Foreign Language Classroom? In: Intercultural Language Use and Language Learning. Springer, 2007, p.79-100. 

RICHARDS, J. C. Communicative Language Teaching Today. Cambridge University Press, 2006

STEMPLESKI, S. Cultural Awareness. Oxford University Press, 2004.


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